Minimalism: A Documentary About the Important Things - Netflix Minimalism: A Documentary About the Important Things - Netflix

Faz muito tempo que tenho um questionamento bem forte sobre a vida que tenho levado, sobre a quantidade de coisas que eu tenho e a importância de cada uma delas.

Semana passada vi um documentário no Netflix chamado Minimalism: A Documentary About the Important Things, que me impactou de uma forma muito positiva, pois foi exatamente de encontro a tudo isso que aconteceu e segue acontecendo em minha vida.

Nossa sociedade moderna nos bombardeia de comerciais, anúncios e propagandas sobre uma infinidade de coisas que “precisamos comprar”. Mas a pergunta que não estamos nos fazendo é: Eu realmente preciso disto?

Vamos conversar um pouco sobre a vida, hábitos, consumismo e como podemos viver de uma forma mais simples e com menos distrações, ou seja, com mais tempo para nós, nossa família ou qualquer outra coisa que talvez venhamos a querer fazer, ou até mesmo, não fazer nada.

A motivação

Venho me questionando sobre como tenho levando a minha vida a alguns anos, quando falo questionando, é um questionamento interno, como uma disputa de pensamentos que apontam em direções diferentes em muitas coisas, mas quando analisamos com calma, notamos que as diferenças são bem menores que os valores, gostos e sentimentos em comum. (qualquer analogia com a realidade aqui é mera coincidência).

Não precisamos ir longe, olhando para o local onde moro eu vejo tantas coisas, algumas que lembro de ter comprado, algumas que não faço ideia de como chegaram aqui. Tudo isso acaba sendo bem frustrante e fica mais frustrante ainda quando, por algum motivo que não consigo explicar, não consigo desapegar de todas estas coisas.

Alguma coisa precisava ser feita, pois sentia que estava sendo engolido por tudo isso que estava ao meu redor. Foi então que chegamos ao momento que eu chamo de singularidade.

Singularidade: região do espaço-tempo na qual as conhecidas leis da física cessam de viger e a curvatura do espaço se torna infinita.

A singularidade

Esse sentimento chegou a um nível extremo no início deste ano de 2018. Eu e minha noiva morávamos em um apartamento de 1 quarto, sala, cozinha aberta, banheiro, sacada e churrasqueira. Um ótimo apartamento, não muito grande porém, super aconchegante e acolhedor. Como sempre falamos, perfeito para nós.

Eu e ela temos uma empresa, uma marca de roupas, onde nós (apenas eu e ela) cuidamos de todo o processo: manutenção do site, marketing, financeiro, produção, costura, social media, envio e pós e pré venda. Além disso, ambos trabalhamos fora, então temos que dividir (e multiplicar) o tempo da melhor forma possível.

Nosso dia-a-dia sempre foi super corrido, mas estava sendo cada vez mais potencializado com o passar do tempo, e claro, com tudo isso, acabávamos deixando de lado coisas básicas como a organização da casa, o que contribuiu para esse momento chave na minha vida.

Tivemos uma briga feia, entenda briga como: desentendimento, conflito de interesses. Após isso, resolvemos trocar de apartamento e buscar um apartamento maior. Fizemos isso, tudo amenizou por algum tempo, mas logo vimos que não tinha sido a melhor solução, pois estávamos vivendo acima do que precisávamos e necessitávamos.

O apartamento era grande, agora tínhamos o espaço que precisávamos, ou melhor, que achávamos que precisávamos. Logo começamos a ter os mesmos problemas e um custo de vida maior também, não estávamos vivendo onde não podíamos financeiramente, mas estávamos gastando muito mais do que realmente precisávamos.

tudo é feito pensando em todos os lados, é uma democracia, temos que equilibrar a balança.

São coisas difíceis de se identificar e trabalhar em cima delas para mudar, ainda mais quando vivemos com outras pessoas, pois tudo é feito pensando em todos os lados, é uma democracia, temos que equilibrar a balança.

O que fazer neste momento, seguir em frente, aguentar o tranco? Voltar atrás e repensar?

A mudança de mindset

Tudo começou a mudar quando decidimos dar dois passos para trás, repensar como vivemos e o que consumimos, para depois, e apenas depois, poder novamente dar passos para frente.

Muita gente crê que não se pode voltar atrás, precisamos sempre seguir em frente, não importando o que aconteça. Eu pensei assim por muito tempo e de forma geral, ainda penso. Lembro de uma frase de um personagem que gosto muito de um filme:

…A vida é fácil. É tomar decisões, e não se arrepender.

Sempre levei essa frase como um certo “lema”, com a licença poética, mas após muito tempo acabei entendo que desde o começo havia feito uma interpretação equivocada dela, pois as decisões nem sempre são para seguir em frente, mas muitas vezes para voltar e buscar outros caminhos.

Podemos neste ponto fazer uma analogia com uma Startup, que precisa tomar decisões rápidas e pivotar sem medo quando identificar que está seguindo em um caminho que não está dando resultado.

É bem curioso pensar que o ciclo descrito da Startup enxuta (Eric Ries) Construir, medir e aprender, se encaixa perfeitamente na vida também.

Construir, Medir, Aprender. Lean Startup (Eric Ries) Construir, Medir, Aprender. Lean Startup (Eric Ries)

Outra coisa que as Startups fazem muito bem e que podemos trazer para nossa vida é não ter medo de errar.

Só não ter medo de errar, não é o bastante. Precisamos encarar estes erros como aprendizados e crescer com eles.

Considerações finais

Hoje em dia tenho tentado cada vez mais olhar para as coisas e me perguntar se realmente preciso delas. Muitas vezes ainda acabo comprando coisas que não precisava, ou apenas guardando coisas que não preciso mais, mas com uma frequência bem menor.

Se você se identifica ao menos em partes com esse sentimento, sugiro que assista o documentário Minimalism. Como nome já diz, “Um documentário sobre as coisas importantes”.

Não pense que se trata de um documentário sobre jogar todas as suas coisas fora e viver com pouco, não. Ele fala sobre repensar a importância das coisas em nossas vida e sobre o que você considera importante.

Você já parou e se fez alguma essa pergunta: O que é importante pra minha vida?

Sugiro que toda vez que você olhar para alguma coisa, seja algo que está pensando em comprar, ou algo que esteja em sua casa, para e se pergunte:

  • Isto me faz feliz?
  • Isso realmente agrega algo para minha vida?

Se a resposta for sim, está tudo certo e vida que segue. Caso a resposta seja não, provavelmente você não precisa disso e deveria se desfazer.

O que é importante para você, em sua vida? Conta aí embaixo. 🙂

Até mais e obrigado pelos peixes.